domingo, 29 de junho de 2014

Nuvem

Eu estava normal depois daquele abraço apertado, depois de sentir meu coração batendo forte, batendo grande cheio de esperança carinho segurança, e ele batia angustiado apertado magoado e ainda assim cheio de espera pro amor. Quanto tempo faz, eu não saberia dizer. Eu não estava normal, com a boca ofegante cheia de vontade e verdade pra ser solta, roendo os dentes excessivamente pra não te agarrar a fazer o dia acabar do jeito que a gente gosta, os olhos que se piscassem transbordariam rios de emoção saudade que não se pode explicar, como o espinho que espeta e faz o sangue escorrer, a agulha da morte é esse balbuciar de palavras no meio da noite, a loucura desse dia pra me entregar completa inteira sorrindo feliz, muito mais vidraça do que pedra, meu deus como poderia ser normal se há diálogo, se há distância, se há pensamento curiosidade criando momentos e oportunidades que talvez eu tenha perdido, quem sabe eu ainda tenha? Muito mais penhasco do que cerca, abismo do que terra firme, deixa eu me jogar nesses teus olhos que me olham e escondem o mistério que sua mente não revela e nunca revelará senão for eu agora fingindo a normalidade com esse peito dolorido de amar em silêncio e que te abraça com o coração batendo forte, meu deus como pode ser normal?

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