quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

2013

Esse ano…

Esse ano eu me descobri nova.
Esse ano eu descobri que só eu posso fazer coisas por mim mesma, que ninguém mais pode fazer. Descobri que sou querida por várias pessoas que nem imaginava, assim como tem gente que não dá a mínima para mim. Descobri que minha mãe é mesmo a minha melhor amiga, apesar dos pesares, e morar com ela é como dividir apartamento. Além disso, descobri que sou fortaleza para ela, por isso preciso estar sempre forte. Esse ano eu descobri que palavras nem sempre fazem a diferença, mas sim atitudes. Mil talentos! Descobri, pelos amigos novos que fiz, que tenho uma voz boa para falar no rádio, e também posso customizar camisetas e tênis. E as pessoas gostam. Esse ano eu descobri que é ruim demais ralar 12h direto na faculdade, mas é pior ficar sem fazer nada. Que é chato tirar carteira de motorista.
Esse ano eu superei paixonites que não levavam a nada, e sofri por aquelas verdadeiras que levariam a tudo. Aprendi a dançar Zouk direito, e me descobri dedicadíssima na dança, muito mais do que em vários esportes que eu já pratiquei. Descobri que correr faz bem. Que sou mais criativa do que eu pensava. Descobri que ficar sozinha é importante, mas eu não gosto. Esse ano aprendi a resolver meus próprios problemas, a dar um jeito no que estava mal resolvido. Aprendi a ignorar, mas essa parte eu ainda estou aprendendo. Assumo que sou bagunceira, porque descobri que não consigo manter meu quarto arrumado por mais de três dias - e o coração constantemente bagunçado, inclusive. E que eu sou mais sincera do que gostaria. Esse ano fiz muitos amigos novos, mas não marquei o choppinho com a galera do colégio. Esse ano eu fiquei em dúvida se seguiria mesmo a carreira jornalística, mas depois voltei a amar a profissão. Esse ano eu quis ajudar mais as pessoas, e fiquei mal quando não o fiz. Eu prendi a priorizar coisas mais importantes, não gastar dinheiro com bobagens e direcioná-lo ao que eu realmente queria fazer. Aprendi que, se eu errar duas vezes, é só porque eu quero. Esse ano eu comprei muitos livros, mas não os li. Em compensação, saí muito mais, e escrevi muito mais do que eu achei que escreveria. Descobri que odeio boate, e que beber cerveja é melhor do que beber vodka, mas melhor mesmo é ficar sóbria e lembrar de tudo! Descobri que tenho a mente aberta. Descobri que é chato reclamar, então reclamei menos. Descobri que quero muito ser mãe, e que serei uma bem coruja, daquelas que leva o filho para a praia, leva para fazer esporte e tira várias fotos dele desde neném. Filho sim, porque tenho certeza que será menino. Descobri que minhas amigas da Ilha Mimosa (piada interna) são foda, e nunca me senti tão integrada em um grupo quanto nesse. Me descobri atriz por dentro, e principalmente que sou feliz com pequenas coisas.

2014, me traga novidades!

Feliz ano novo!

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Poema da superação

Com você eu mudaria de posição
você seria o dono, e eu o seu cão
não quero ouvir um não
pode me usar, estou na sua mão

tanto faz, você foi embora
voltou pra'quela senhora
que te fez sofrer
e na hora certa
começou a se arrepender

ela brincou com o seu coração
e eu, que queria ser o ladrão
me taquei do alto
e agora estou no chão

é mesmo tão fácil voltar
mesmo depois de me amar
sob a luz do luar?

estou seguindo em frente
estou rodeada por gente
que me faz acreditar

que sem você, meu bem
eu sou alguém
muito melhor de lidar

Igreja

foto: Marina Estevão (Ouro Preto, MG)


Sempre me chama atenção a quantidade de pessoas que fazem o sinal da cruz ao passar por uma igreja. Confesso que só entrei em capelas para batizados, e uma vez que fui dama de casamento. Mas igrejas sempre me fascinaram, elas têm uma aura, um mistério que sou louca para descobrir. Nunca entro pois pode parecer hipócrita, uma vez que não sou religiosa. Mas em dias normais, penso "por que cargas d'água essas pessoas tanto entram nas igrejas? o que fazem? para quê rezam tanto?". Penso que talvez rezar seja uma boa ideia, deve acalmar os meus ânseios quando não se tem mais saída para as questões complicadas. Quando você se agarra a um santo, sua vida depende dele. Penso que gostaria de entrar numa igreja não para rezar, mas para pensar. A paz daquele lugar deve proporcionar a paz que preciso aqui dentro. Se Deus quiser falar comigo, acho que eu até posso acreditar nele, afinal, é preciso acreditar em algo, alguém. O alguém não pode ser mais você, mais ele, mais essas pessoas tran-si-tó-ri-as. Se a fé move o mundo, quem sabe um dia eu me mova através dela também. Sempre há um novo dia para recomeçar. Por enquanto, continuo observando as pessoas que fazem o sinal da cruz e imaginando o que pensam. Um dia descubro. Amém.

domingo, 3 de novembro de 2013

Sergio Mota de Verdade



Podem me chamar de pela-saco. Eu deixo e não nego. Sou apaixonada assumida por Sergio Mota. Eu e muitas outras, claro, afinal Sergio Mota é Homem da Multidão (de fãs que ele tem). Meninas e também meninos - por que não? - apaixonados por não só seu ensino, mas por sua pessoa.
Não é paixão adolescente, avassaladora, carnal. Vão dizer as meninas que é paixão platônica, tolas que não sabem que é recíproco. É óbvio que é. Sergio também é um homem apaixonado. Por tudo e todos. Pega amizade numa facilidade e já bota em sua listinha de "vender pertences para estar junto/assistir". Minha paixão por Sergio Mota não é igual à paixão por Brad Pitt. Com Brad eu iria no cinema para não assistir o filme. Com Sergio eu iria no cinema para assistir e discutir o filme. Ele é desses para se guardar num potinho dando comidinha e muito carinho durante a vida toda. Em troca, um ensinamento por dia seria o suficiente, porque vai além de toda a construção óbvia de um pensamento.
E tem que ser assim: Ser-gio Mo-ta. Porque não é só Sergio, e muito menos qualquer Sérgio. É o Mota. Ah, aquele do cinema? Da literatura? Sim, mas também do teatro, da tv, da PUC. Sergio Mota é quase uma celebridade. Quase não, ele é uma celebridade! Ele já até atacou de DJ (quem conhece, sabe da história)! Não há um aluno de Comunicação da PUC que não o conheça. E se não foi aluno dele, com certeza já ouviu falar. "Ah, sei... Sergio Mota é aquele que vocês adoram, né?" Ó, sim. Adoramos e eu arrisco dizer que por falta de uma palavra melhor, "admiração" é a palavra-chave do nosso sentimento. Descobri que Sergio é ator, além de professor e formador de opinião (ele vai dizer que não é formador de opinião, mas ele sabe que a opinião dele é relevante), e também já era DJ antes da banalização da profissão.
Admiração, carinho, amizade. Sentimentos puros e totalmente inocentes de uma aluna para com seu professor. E é professor e não ex-professor. Ex é referência para ex-namorado. Sergio é um namorado eterno de conhecimento. Já escrevi sobre ele diversas vezes no Facebook, e os abraços trocados demonstram o que as palavras não dizem nessas horas. Enfatizo aqui, onde escrevo sobre tudo que sinto e que penso, então... Que eu sou puxa-saco. Tenho certeza que em um universo paralelo, mini vespinhas são fãs de Serginhos Mota e usam casacos com seu desenho, e até fazem aniversário com um mini Motinha no topo do bolo. Elas devem ser tão fãs quanto eu.
Um dia, se eu estiver naquele quadro meloso do Faustão, tenho certeza que Sergio Mota aparecerá para dizer o quanto nos divertimos nos tempos da faculdade, e até mesmo aquela época discutindo filmes e livros. Tempo bom.
Obrigada, obrigada, obrigada.
Um beijo



Quem tiver oportunidade, vendam seus pertences para assisti-lo em cartaz no Midrash Centro Cultural a partir de 16 de novembro. 
Eu já vendi os meus.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Vipassana

Abriu calmamente os olhos e deslizou a mão pela cabeceira, desligou o despertador.
Sentou na cama, o corpo ainda cansado de um fim de semana cheio de arrependimentos e tristezas. Lá fora, o sol começava a aparecer, e timidamente iluminar a persiana.
Um sorriso surge no canto da boca. O que poderia atrapalhar? Era um dia certo, rotineiro.
Abriu a janela e deixou o vento quente do verão bater no rosto, um cheiro de maresia e protetor solar. Apesar do calor, o céu amanhecia azul, não haveria risco de chover. Deu um sorriso largo.
Saiu na rua, deu bom dia para todos que passaram. Ninguém respondeu, e ele não entendia porquê. Estaria ele mal arrumado? Seria ele chato? Com mal hálito não podia, pois acabara de escovar os dentes.
Em todas as esquinas, um burburinho, velhas ranzinzas com seus carrinhos de supermercado e cães que latiam sem parar, pareciam até falar a língua dos humanos. Todos reclamavam sobre ela. Ora bolas, ele não entendia. Parecia que ela era a mãe dos dias ruins, quando, para ele, ela era a rainha da semana, era a mãe dos dias contados para o fim. Era referência. Mas não adiantava, todos a odiavam.
Ela era motivo de discórdia, de brigas. Todos a culpavam por estar com a cabeça nas nuvens, tomam café excessivamente, na pressa do tempo passar mais rápido.
Para ele, ela não era só mais uma. Ela iniciava os dias de trabalho pesado, o que nunca o aborrecia. Trabalho pesado significava dinheiro no fim do mês. Com sol e alegria, não havia como ser ruim. E por pior que fosse, daqui a cinco dias era sábado. Mas ninguém pensava desse jeito.
Do Iapoque ao Chuí, ela era azarada, endemoniada.
Por eles, nunca, nem por um dia na vida, desde a existência do mundo haveria uma segunda-feira. Assisti-la como um bem era para poucos, talvez só dele. Assim, sentou e tomou um sorvete. De qualquer jeito ela iria passar, e que abrisse a ala para a semana com felicidade.


*Vipassana - em pali: enxergar a verdadeira natureza da realidade. Insight. Ver as coisas como elas realmente são.
(Via "Glossário")

domingo, 29 de setembro de 2013

Confie!



Vigiar, fuçar, fuxicar. Nos dias de hoje, um namoro não significa apenas estar com quem se gosta, é pouco. Um namoro é comunhão de bens: telefone, carteira, Facebook. Confiança não basta ser ser olho no olho, tem que olhar as mensagens, saber onde está. E pior: nada é com o consentimento do outro, é tudo escondido. Seria o namoro uma farsa? Para essas pessoas, digo: quem procura, acha. E se não achar, inventa. A paranóia é tanta que você começa a achar coisas, criar coisas. A relação é feliz quando está junto e desconfiada quando está longe.
Não vivi há 50 anos, mas quem está casado há 30 ou mais sabe o que é uma relação feliz. Se o outro fez, não há como saber. Está feito, e para quê descobrir?
Você conquistava alguém com uma ida ao cinema, e não com um status de relacionamento. Uma relação baseada na confiança significava uma relação duradoura. E ainda continua sendo a maior prova de amor que alguém pode dar ao seu parceiro.
Se você não confia no seu taco, dê um upgrade. Uma tacada errada pode não ter volta.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Desencontro



Ele a olhou. Ela já estava olhando. O sentimento pairou e eles se encontraram. Ele apressado, ela tímida. Ele quis namorar, ela quis ir com calma. Ela quis namorar, ele quis ir com calma. Ele gostava de poesia. Ela de crônica. Ela imaginava os dois deitados juntos, ela com a camisa dele, recitando poesia. Domingo, o sol do fim de tarde batendo na janela e fazendo sombra em meio rosto dele. Ele só queria trabalhar. Ela só queria ajudar. Ele só pensava em problema. Ela só queria solução. Ele só arrumava desculpa. Ela se cansou. Ela o quis, e ele queria um tempo. Ele queria um tempo. Ele tem o tempo, e ela foi embora.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Dia do irmão



Até hoje não sei se me arrependo por minha mãe não ter me dado um irmão. Ela se arrepende. Mesmo assim, a vida nunca me deixou sozinha: desde pequena - por dom, ou sorte ou seja-lá-o-que-você-quiser-chamar - nunca tive problemas em me dar bem com as pessoas, o que significa que hoje em dia tenho amigos para dar e vender (mas não quero dar nem vender ninguém, ok?). Alguns eu me decepcionei depois de velha, outros eu estudei até o ensino médio junto e hoje em dia mal olham para mim. Alguns foram falsos, outros simplesmente sumiram. Dessa penca de gente, uns poucos ficaram. Esses poucos sempre valeram à pena, nunca me deixaram na mão. E são esses poucos que hoje saciam a minha vontade de ter tido irmãos. Eu não sei se eles todos serão meus amigos para a vida inteira, mas hoje em dia eles tapam qualquer buraco, eles são irmãos. E, ao longo da vida, os conheci no maternal, na praia, na dança e até na faculdade. A manha nunca se perde. Espero continuar fazendo amigos-irmãos até morrer, são eles que me mantém alegre, cheia de vida e com forças para seguir quando tudo vai mal. Só espero que eles nunca me imitem senão eu conto tudo pra minha mãe.

domingo, 1 de setembro de 2013

Designer do meu interior



Foi tudo tão rápido, como o primeiro vagão do metrô que passa na estação por uma moça e a deixa com os cabelos bagunçados. Assim como o metrô, você também parou. Desceu na minha estação e bagunçou tudo aqui dentro, ó, moço. Mas não precisa nem me ajudar a arrumar, deixa bagunçado mesmo, deixa assim que está tudo em ordem. Agora está. Antes é que estava bagunçado com poeira, teias de aranha, jornais velhos, cartas não respondidas, correspondidas. Antes aqui estava com esse cheiro de porão de casa velha, rústica, podre. Ninguém queria catar os cacos que aqui estavam, muito menos eu, que morava já acostumada com isso tudo, as flores murchas e o sangue que já havia manchado o carpete. Deixa tudo aí, vamos para outro lugar. Me leva para um lugar leve, doce, puro, livre. Mesmo que leve dias e que, no começo sim, há medo de se mudar, não desiste. Me leva. Me mostra que tem vida lá fora e que aqui dentro as coisas se arrumam num estalar de dedos, é só querer, é só deixar. Até no lixo nasce flor, não é? Me carrega porque eu me entrego, moço. Só não amassa os cacos que ainda estão aqui. Eu vou varrer pra você poder entrar limpo e não se espantar tanto. A vista da janela vai ser mais bonita de agora em diante com você aqui, radiante. Foi tudo tão rápido, moço, você entrou sem pedir licença e já foi bagunçando tudo, que nem criança quando ganha um brinquedo novo. Pintou as paredes e trocou as luzes, renovou em poucos dias o que estava esburacado, feio, sujo. Tem lugar pra você se hospedar, claro, estava mesmo sem ninguém. Moço, foi tudo muito rápido, mas te canto: quem sabe um dia, por descuido ou poesia, você goste de ficar. Bonitinho.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Uma tarde em Copa



Já ouvi muitas pessoas falando mal de Copacabana. Com certeza essas pessoas nunca tiveram a experiência de ver um final de tarde no bairro. Eu mesma moro praticamente em frente à praia e nunca vou. Hoje percebi pelo dia lindo que fez e com uma ótima temperatura, que a orla seria bem agradável no fim do dia, e estava certa. 18h peguei meus 5 reais e lá fui eu andar até o posto 6. Só de chegar na ciclovia, me arrependi por não ainda não inventarem escrita telepática, ou por pior que fosse, não ter um laptop para escrever o que eu senti.
Aquela paisagem me fez ficar nostálgica, e por mais machona que eu seja às vezes, quis chorar que nem criança. O cheirinho de maresia, milho cozido, protetor solar. Pessoas correndo, jogando futvolley, o mar mansinho. Me fez lembrar os domingos que eu ficava até às 19h na praia jogando volley com os amigos, ou com meus pais na areia. Época que eu tinha mesmo uma melanina de carioca. Que eu lembrava com medo que tinha prova na segunda-feira e ainda não tinha estudado. Nossa, como eu era feliz.
Pensei que hoje estou eu aqui, sendo mais jovem-adulta do que adolescente, tendo que ter mais responsabilidades, fazendo faculdade, autoescola. E penso que eu ainda sou feliz, apesar de tudo ter mudado. Sou feliz porque posso apreciar a paisagem de Copacabana, essa que sempre foi a mesma pra mim, com outros olhos, com olhos maduros. Posso sentar e tomar água-de-coco sozinha, e saber apreciar a minha própria companhia em vez de reclamar dela.
Sou feliz porque não sou mais uma pessoa que fala mal do meu bairro, que tem mil coisas lindas a oferecer, mais do que coisas ruins. Sei apreciar essas pequenas coisas. Esse fim de tarde, mesmo, me abençoa, mesmo que seja o Pão-de-açúcar à minha vista, e não o Cristo Redentor.
Obrigada, Rio.

domingo, 18 de agosto de 2013

Meu currículo pode to be?

A *Laly* seria uma ótima funcionária

Como bem disse uma amiga minha outro dia: "eu não queria viver dessa maneira, mas a verdade é que quem não chora, não mama. A vida é dos espertos", mandei meu humilde currículo para alguém que trabalha no Multishow. O "alguém" que iria receber é amigo da minha mãe. Por isso mesmo, fui incentivada exatamente por ela.
Alguns dias depois ela me vem brigando perguntando "como-assim-eu-botei-que-meu-inglês-era-intermediário?!?!" Ô, mãe, você bem sabe que eu sou quase uma auto-didata nesse quesito línguas. Nunca fiz curso de inglês, tudo que aprendi foi vendo clipe da Avril Lavigne no TVZ e procurando a letra no Vagalume pra cantar junto. Ela quase me obrigou a botar que meu inglês era avançado, mas sendo assim não mandei meu currículo novamente.
Eu sei que o inglês é a língua mundial, mas eu sinceramente acho um absurdo esse quesito ser o primeiro a ser avaliado em um currículo. Na boa, o que adianta a pessoa ser fluente em qualquer língua e ser péssima de trabalhar? O que adianta saber o futuro do pretérito em alemão e ser super mal-humorado? Posso não saber nada de espanhol, mas no mano a mano eu me garanto sendo bem-humorada todas as manhãs. As qualidades deveriam ser avaliadas em primeiro lugar. Hoje em dia, o inglês vem primeiro até que o próprio português. Os nativos estão em baixa, mesmo. Até os brasileiros perdem para os gringos com a mulherada.
Se eu pudesse escrever meu currículo do meu jeito, seria mais ou menos:

Marina Estevão, 20 anos (quase 21), natural do Rio de Janeiro. Meu inglês não é perfeito, mas sei conversar se for preciso. Meu espanhol é considerado 'portunhol', mas quebra galhos nas horas de aperto. Em compensação, pretendo ser pau pra toda obra, aprender tudo que puder. Sou organizada, pontual e cheirosa. Perfeccionista (não poderia faltar essa!). Acordo sorrindo todos os dias. Não sou preguiçosa para produzir no trabalho. Tenho o hábito de escrever no meu blog. Prometo ser uma ótima estagiária.
Por favor, reveja seus conceitos antes de me contratar pela quase-falta de línguas estrangeiras. 

Inglês não forma caráter.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Pai





Dia dos Pais passou e eu fiquei devendo essa pra vocês, e pra ele.
Pra todo mundo é relativamente fácil falar do pai: amigo, companheiro, parceiro, leal, inteligente... Inteligente. Meu pai é um cara inteligente. E não digo inteligente porque ele sabe estacionar o carro em um cubículo de vaga, ou porque vez ou outra dá uma de marceneiro fazendo móveis para botar em casa. Meu pai é um cara inteligente porque sabe o que faz com a própria vida. Não desperdiça em qualquer caminho. Ele se formou em Administração, mas nunca exerceu, sequer gostou. Se pudesse escolher uma faculdade, seria de praia e mar, com certeza. Mar de preferência com ondas e uma vela de windsurf, ou um pé-de-pato. Gostava tanto, tanto de mar que quando soube que seria pai de uma menina, botou seu nome de Marina, veja só - eu não gostava, mas fiquei feliz por não ser Iemanjá.
Meu pai também nunca foi de estudar, sempre chegava na faculdade com areia nos pés (você deve estar pensando "nossa, mas que pai vagabundo, hein?"), mas ainda assim foi  inteligente e nobre o bastante para terminar os estudos e ter uma formação acadêmica. Foi sócio e webdesigner do Guapo Loco (aquele restaurante mexicano que você amava em Búzios, sabe? Eu comia de graça, beijo!) por cinco anos, e quando o restaurante estava prestes a fechar, usou o dinheiro guardado para fazer um curso especializado de Guia de Turismo. Morar quatro anos em Haia, na Holanda, aos 20 anos o fez aprender inglês melhor do que qualquer curso no Brasil. Quando digo que foi aí que ele se encontrou, eu não exagero. Maior do que o sorriso dele, só o dos gringos. E foi passando de boca em boca, no exterior e no Brasil, e hoje ele deve ser conhecido como o guia mais animado da América (estou chutando, claro, e sou filha também. Suspeitíssima para dizer). Meu pai é um cara inteligente porque faz o que pode, por todos e por ninguém também. Por ele, muitas vezes. Só vai dormir tranquilo se ajudar alguém que ele vê que realmente precisa. E não digo apoio moral, apenas... Apoio financeiro sim, e qual o problema?! Viver endividado para o senhor Rogerio (ou RogerRio, como é seu nome de guerra; ou ainda Rorérito, como chama minha avó) não é nada demais. A vida vai bem, muito obrigado, dinheiro depois a gente dá um jeito. Essa inteligência ele usou para ser feliz. Ele podia sim fazer um concurso, passar, ganhar rios de grana todo o mês e não me apurrinhar porque paga a minha faculdade todo o mês. Ele me apurrinha, me enche o saco, mas nós sabemos, olhos nos olhos, que ele tem razão em tudo que diz, sempre. Sempre me acompanhou em todos os esportes, todas as apresentações de colégio, e brigou comigo quando eu não tive coragem para enfrentar uma situação. Todas as vitórias ele estava lá, e todas as derrotas ele estava também para me dizer o quanto eu ainda era vencedora. Não imagino ele, um cara que ia para a faculdade de chinelo e era goleiro de futebol na praia, botar todos os dias um terno e ficar dentro de uma microsala com ar condicionado, dando uma de sério. Não! Ele é um cara solto, é da vida, é dos outros e é meu também, e é feliz assim, trabalhando de bermuda. Acho que, devido a esse jeito tão descontraído, devo ter herdado, porque nada explica eu rir por nada e gostar disso. A gente não precisa de motivo para ser feliz, ele me ensinou isso. Meu pai, por ser tão inteligente como eu disse, não merecia apenas um lugar no céu, merecia almofadas, cerveja, uma linguicinha de aperitivo e gregas seminuas abanando-o (se minha madrasta ler, to f...). A mesma paixão pelo mar está no meu nome, e hoje eu represento esse amor em carne e osso. Que honra.
Rogerio, RogerRio, Rogérito, Rodrigo Santoro, Pai, eu te amo. Você é o meu vencedor.

("herói" é muito mainstream, e além disso, eles não existem na vida real!)

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Pessoas legais moram... Perto!



Com o avanço da tecnologia, já é até clichê dizer que a gente nem sai mais de casa. Tudo é via internet: desde pagamento de contas até site de relacionamentos. A gente parou de dar valor para as pequenas coisas, os pequenos encontros, as surpresas. E hoje em dia até deixamos nos levar pela ilusão que as melhores pessoas moram longe. Desculpem o palavriado, mas isso me deixa puta (!). Melhores pessoas para quem, cara pálida?! Só se você arrumou as malas e foi morar em outro país sem conhecer ninguém, ou outro planeta, quem sabe. Quem diz isso não conhece o valor de uma amizade verdadeira, ou não sai de casa. Vivo tendo amigos que dão mais valor para quem mora fora do que quem está ali perto. Sofre porque o outro mora longe, mas não faz um esforço para olhar para o lado. Você que está lendo isso e sofre desse problema: com certeza tem alguém que você não dá a mínima e está louco para te encontrar, basta só você perceber. Eu tenho amigos - muitos! - que moram em outros estados e até países, e sinto saudades, quero encontrar, mas não deixo de dar menos atenção para a vizinhança. Não troco por nada meus domingos de dança com pessoas que me divertem até de manhã. Não troco por nada uma conversa com olhos nos olhos. Não troco por nada um abraço de uma amiga, um cinema com meu pai. Pessoas legais moram em todo lugar, mas o lugar mais importante é dentro de nós. A relevância deve ser igual, afinal, todos querem estar junto da gente quando algo acontecer, mas só os que estão perto vão poder estar de corpo e alma -literalmente.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Romantizando



Chega uma fase da vida que você já cansou de fazer a bem resolvida. Todo mundo diz que você tem que ser assim, assado, não pode dar bandeira... "Tem que se fazer de difícil, poxa!". Pois é. Me fiz tão de difícil que to solteira há 3 anos. Cansa, viu? Fui muito dura quando nem deveria ter sido tanto. Ora, ele queria me levar para uma festa e eu não fui por quê? Muita expectativa, que bota tudo a perder, sempre. Isso fez os meninos fugirem da raia. Não quero mais ser difícil! Quero ser romântica! Queria ter a liberdade de falar "estou com saudades" ou "queria você aqui perto de mim" sem me sentir mal com medo de não ser correspondida, ou com medo de parecer piegas, carente. Eu não sou nada disso e ao mesmo tempo, sou um pouco assim, sim, e quem não é? Todo mundo precisa e todo mundo quer, mas ninguém quer dar o primeiro passo. Nem admitir. Queria poder correr pros braços dele, aparecer de surpresa, botar uma lingerie bonita... E acordar do meu mundo ideal.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O amor acaba



Acaba. Já ouvi pessoas dizerem "se é amor, não acaba", mas amor, minha gente, é que nem tudo na vida: dá e passa. Amar é bom, gostar de alguém é bom, se interessar, se apaixonar... Mas chega um dia que você se distrai com alguém passando e perde o sorriso dele. Olhares já são diferentes, o interesse já não é mais o mesmo. De repente, você acha um raio de sol mais brilhante, um sorriso mais apaixonante. O trabalho já toma conta do seu pensamento, ou outra coisa qualquer: amigos, diversão, família, viagens, futuro. E aí vai vazando e você quer que deixe vazar até não sobrar nada, aquilo que já te fez sofrer. Enterra que vira flor.
Acabou.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Festa do Pijama

Criou-se um evento no Facebook: "Festa do Pijama das Mimosas"

Abre parênteses explicativo

Aí você vai perguntar (eu sei que vai): Mas, Marina... Por que "mimosas"? Calma, que eu explico: Como estudantes de Comunicação Social, estagiamos juntas no Portal PUC-Rio Digital fazendo reportagens. Sendo repórteres, editoras e produtoras, ficamos a maior parte do tempo na Ilha de Edição (porque precisamos e gostamos!). Já imaginou um "bandimulé" junta na Ilha de Edição? Só sai besteira, óbvio. Apelidamos nossa ilha favorita de Ilha Mimosa (sim, um trocadilho infame com a Vila Mimosa). Por favor, se não souber o que é Vila Mimosa, Google tá aí!

Fecha parênteses explicativo
Voltando...

Caramba, festa do pijama! Com direito a hip hops de 2005 e Sandy e Jr. na pista! Cara, eu vou ter que levar a câmera pra filmar isso. Pois bem, filmamos e Tetêzinha editou. Tá aí o resultado queimando o meu filme e das minhas amigas. Mas a vida tá aí pra isso, né? Espero que gostem e que não se torne um viral. !





terça-feira, 16 de julho de 2013

O amor não é para todos



Quando eu namorava, há mais ou menos uns 5 anos, me apaixonei perdidamente por outro. O problema é que esse outro era também de outro estado. Foi uma mistura de emoções, mas acima de tudo, muito medo. Eu tinha o meu namorado, que eu amava muito, e do outro lado um garoto que eu conversava e que eu estava apaixonadíssima. Mas como lidar? Não poderia ficar vendo o outro toda hora, nem sabia se ia chegar a conhecê-lo de fato um dia. Em primeiro lugar, tomei uma decisão importante: contar para o meu namorado. Contei. Em meio a muitos choros e por que's, ele me disse: "Eu quero que você seja feliz. Se a sua felicidade for com ele, então fica com ele, eu respeito isso." Muito tempo depois, me deparo com a real dimensão do "eu quero que você seja feliz". Essa pequena frase quer dizer que você abdica de todas as suas emoções, seus apegos, seu sentimento pela felicidade do outro, o que em pensamentos frios é dificílimo de fazer. É aí que mora o amor, e é por isso que eu digo que o amor não é para todos. Por que? Porque somos seres humanos, egoístas, invejosos, todos temos sentimentos bons e ruins, faz parte. Botar na peneira e deixar só os bons passarem em casos como esse é para poucos! Isso é amor. Mesmo que você ame com todo o seu coração, leve café da manhã para o seu namorado na cama, faça tudo por ele... É nos erros e nos desafios que o coração aperta e a decisão pesa. Nos apegamos, mas deixar o outro ir embora - da forma que seja - é um gesto puramente de amor. Dou conselhos, encaminho, ajudo todos os que realmente me importam, mas os deixo livres para tomarem suas próprias decisões. Amar também é deixar caminhar com as próprias pernas, por mais que nós - as muletas - sempre desejamos estar lá dando o nosso apoio. É tão difícil tomar essa decisão que, por um acaso do destino, o outro menino sumiu, e o meu namorado se apaixonou perdidamente por uma menina... De outro lugar. País, mais precisamente. E foi difícil me acostumar sem ele, mas hoje eu reconheço, e penso comigo "eu quero que ele seja feliz".

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Mulheres de várias noites



Não sou mulher de uma noite só. Já tentei, é verdade, mas não consegui. Me apeguei aos primeiros toques, aos primeiros abraços e aos primeiros beijos. Mesmo que não fossem os melhores beijos, eu sempre dei uma segunda, terceira chance. E se ainda assim eu não gostasse, eu o deixava. Com muita dor no coração, não gosto de deixar pessoas. Mas uma noite só? Jamais. Podem dizer os demais: é carência, chatice, apego. E se não fosse isso, diriam: é promiscuidade, facilidade, lábia. Como todo ser humano têm uma capacidade incrível de inventar desculpas para as coisas mais naturais. Não consigo, ponto! Se eu saí, é porque me conquistou de algum jeito: charme, beleza, riso fácil, diversão, conversa. E se conquistou, conquistou. Se não conquistasse, talvez fosse mais fácil. Talvez eu devesse mesmo tentar ser a mulher de uma noite só. Essas mulheres têm poder, usam o cara e saem no estilo, deixam ele caidinho. Acho que dá certo. Mas não dá, eu procuro um cara que eu não precise sair no estilo, que me diga para ficar. Ou, se sair, ele me chame, grite, ligue e peça loucamente para voltar. Sou mulher de várias noites, de conquistar toda noite, de maneiras diferentes. Quero sossego na mente e o hábito constante de inovações à noite: novos lugares e novas sensações. Quero proporcionar, dar (sim, dar!) e receber de volta, por completo. Mulheres de uma noite só nem sempre se satisfazem com uma noite só. Pode ser charme, falsa independência, nariz em pé, fingimento. Ou elas podem mesmo ser isso tudo. Mas mulher quer - e quem não quer? - carinho, alguém que saiba respeitar e mesmo assim, amar todas as noites, no calor do momento. Mulheres de várias noites não significam princesas, perfeitas, intocáveis. Elas também querem ser vilãs, devassas, poderosas, sensuais com todo o amor e a capacidade da conquista suave. Elas só precisam mostrar isso. Mulheres de várias noites têm medo de assustar os homens porque eles, por sua vez, têm medo de uma palavrinha chamada compromisso. E com isso, eles deixam de aproveitar o melhor da vida e conhecer mulheres incríveis, muitas vezes. Mulheres de várias noites têm somente uma noite para provar que valem a pena e valem mais de uma noite. Prova de fogo. Mulheres de várias noites precisam, afinal, de uma chance, de uma noite.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O canto do sorriso



"Um beijo no canto do seu sorriso", ele dizia ao se despedir no telefone. Ele sabia que eu sorria ao ouvir, e por isso ele sorria ao falar. Ele falava do meu sorriso porque é a parte que mais me toca: sorriso é doce, é bonito, é verdadeiro. Sorriso não ofende, nem é vulgar. Ao falar do meu sorriso, era como se ele visse minha alma e beijasse também, inevitavelmente, as covinhas e os olhos que quase se fecham. É um jeito único de sorrir, como todos, e eu acho que ele gostava. Por mais irritante, mentiroso e cafajeste, é, talvez ele gostasse do meu sorriso, sim. Tola. Eu o conquistava com beijos, amassos, mãos, línguas, fluidos, calor, tesāo e era no beijo no canto do sorriso que ele me conquistava? Lógico que era também nisso tudo, no abraço apertado que se envolve quando deita, nos mil beijos no rosto, em andar de mãos dadas... Mas era o beijo no sorriso. Tudo sempre acabava no sorriso, claro e sim, por que não deveria? Era o dito cujo o causador de borboletas no estômago - aquelas gostosíssimas de sentir -, as mãos que não paravam de suar e o pensamento longe. Até quando brigávamos, acabava acabando em sorriso, em riso. Não era amor, veja bem. Amor é manso, calmo. O do sorriso era devastador, carnal e com um toque suave de doçura. Bem na medida certa da paixão. Até hoje não sei se gostava do sorriso ou era puramente o xaveco clássico dos malandros. O dele era branco que nem nuvem. O sorriso, claro. E perfeito, aos meus olhos. Difícil ver feiura ou falhas diante dos meus olhos, eles são críticos só para o bem. Não sei por onde anda, o sorriso e seu causador. Se perdeu por aí no meio de milhões de sorrisos, um mais bonito que o outro, e o meu aqui, ó, ficou sozinho, sem dono. Ele aparece, mas não tem ninguém para dar um beijo, acalmar suavemente. Nem para mandar um beijo no canto, aquela esquina certa que se tascasse um beijo, abria o sorriso! Abre de sésamo. Aprendeu a sorrir sozinha, a boca. Não precisa de motivo, sorri de tudo e ri para todos, e também para nada. O beijo era tão no canto que perdeu a importância.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Ousadias, despedidas e alegrias

"Quem sabe eu ainda sou uma garotinha, esperando o ônibus da escola sozinha..."

Meu tempo tá acabando. 1 ano de experiências maravilhosas, de amigos que eu vou levar pra vida inteira. Meu primeiro estágio vai contar muito na minha vida profissional. É hora de crescer, e tudo na vida é isso: Deixar para trás coisas boas, para que coisas melhores venham. Meu coração já tá mega apertado, eu queria levar todos comigo. Vocês são também a minha vida. Estou deixando um pouquinho meu e levando um pouco de cada um.

Um muito obrigada a todos. Eu amo vocês e já estou com saudade.
A gente se vê em breve.

Milena Fortes, Luisa Taranto, Maria Theresa Lima, Marianna Firme, Juliana Faria, Fernanda Rouvenat, Maria Isabel Marques, Tiago Coelho, Isabel Scorza, Tiago Roedel, Jorge Alves, Thomas Mendel, Samanta Ayd, Isabelle Diniz, Eduardo Martins, Rafael Simões, Felipe Ariani, Ananda Correia, Artur Rocha, Babi Costa, João Victor Fiuza, Amanda Reis, Monique Rangel, Renata Spolidoro, André Michelas, Bruna Campos.

Às minhas chefinhas: Bruna Aucar e Letícia Hees.

E aos demais amigos e colegas de redação.

THE BEST OF PORTAL








"ela não quer dar entrevista..."









Ficou faltando minha foto com o Maneco, que não achei :(









domingo, 16 de junho de 2013

20 centavos por um Brasil decente



"Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor..."

Não sou ligada em política. Apesar de todo mundo falar que é importante - e eu sei que é - nunca tive paciência pra discutir quem é melhor ou pior, quem rouba ou deixa de roubar.
Na última semana eu vi não só o Rio de Janeiro, mas o Brasil dar uma reviravolta nunca antes vista. Mesmo não tão interessada, era impossível não deixar de saber dos Protestos contra o aumento das passagens dos ônibus. Pois bem, fui tomada por uma imensa vontade de expor a minha opinião e não há lugar melhor do que aqui, do que o meu espaço.
Realmente, não são 20 centavos. Eu sou brasileira com orgulho e amor, mas ainda assim falta um pouco de orgulho. A gente tem cultura rica, temos samba, futebol, Carnaval, gente bonita e alegre. Nosso país tem vários estádios de futebol sendo reformados para Copas e Olimpíadas, mas nenhum hospital de qualidade. Não temos moradia suficiente. Água pra todos, esgoto pra todos. Brasil, não são 20 centavos. Eu vejo gente nas ruas, eu vejo drogados, violência e mães que lutam para suas crianças irem à escola todos os dias. Eu não me sinto segura, não vejo policiamento de qualidade. Não vejo educação direita, professores bem pagos, médicos bem pagos. Brasil, é preciso investir sim nos aspectos bons, mas só assim a gente não evolui. Nossa economia não gira em torno de uma bola de futebol. Nós temos sim vândalos, mas os que estão indo para as ruas e lutando por nossos direitos não são eles. Dos manifestantes meu orgulho tá sendo preenchido. É guerra que tá rolando, amigo.
Eu pago sim 20 centavos, mas não pelo dinheiro. Eu pago porque meus pais pagam, porque meus pais querem que eu seja uma pessoa íntegra e formada. Eu pago porque eu quero que tudo mude, no fundo. Eu pago porque esse é o meu país, mesmo com todos os erros. Eu pago porque não quero um policiamento de merda nas ruas, onde não há respeito pelas pessoas.
Mesmo assim, dias de revolta e protesto, mas amanhã eu vou acordar e vai estar tudo na mesma.
40 centavos por dia investidos em gramas novas, viagens para políticos, festas de abertura e encerramento.
Quero 20 centavos por 20 dias de mudança: quero motoristas que parem no ponto e trocadores gentis. E ônibus em bom estado! Nem isso a gente tem.

Tô imaginando na Copa e torcendo para o Brasil não dar show só em campo.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

O dia é dos namorados mas o kit é seu!



Andar de mãos dadas, dar beijinho de ponta de nariz, um cheirinho no pescoço, dormir juntinho... Não, isso não é a mamãe cuidando de você quando você era criança. É gostoso quando a mamãe cuida, mas quando você cresce e a mamãe vira você com o seu gato, é ainda melhor.

Namorar é uma das coisas mais deliciosas da vida, quando se curte mesmo seu/sua parceiro/a. O namoro caminha para a criação de uma família, um lar e uma vida dedicada às pessoas que você provavelmente vai amar durante muito tempo, ou – algumas vezes – para a sua vida inteira.


Namorado serve para você ter um amigo próximo com quem possa contar seus medos, apoiá-lo a enfrentar os dele, arriscar-se, aproveitar as coisas boas e poder se apoiar nos momentos ruins. Viajar junto, brigar e perceber que o sexo de reconciliação é muito melhor. Namorado é adição e multiplicação, divisão de felicidade. Falando assim, parece até que eu tenho um.


Pras solteiras o buraco é bem mais embaixo – literalmente. Solteiras dormem sozinhas no frio, não têm seus pezinhos aquecidos debaixo das cobertas, nem ninguém pra fazer cafuné. Solteiras sempre pensam até quando vão ficar solteiras. Mesmo que sejam super autoconfiantes, lindas, cheirosas, tenham um sorriso perfeito, sejam boas de cama e tenham um bom emprego... O Dia dos Namorados é sempre um pesadelo.


Hoje é Dia dos Namorados, dia pra você mulher que namora há pouco ou muito tempo, mas já sabe aproveitar o romance... E também pra você, solteira, que sabe aproveitar com saúde a solteirice! Porque estamos vivas mas não mortas, e nosso dia há de chegar! Ficar triste é coisa de fraco, os fortes aproveitam o lado bom!


Pensando nisso, o Isso não se Fala vai sortear um KIT com coisinhas fofas pra você que namora, pra aproveitar com o seu gato, ou pra você, solteira, ficar com o kit só pra você! Olha que delícia?! O Kit conta com:·        Uma caneca
·        Um porta-retrato
·        Bombons da Cacau Show
·        Um cachorrinho de pelúcia (fofo!)
·        Uma toalhinha de mão
·        Um livro kama sutra (alguém aí pensou em posições para inovar?)
·        Camisinhas “Olla” (para transar aproveitar com segurança!)
 Para poder participar do sorteio, é preciso curtir a nossa página no Facebook e compartilhar a promoção da própria página! O resultado sai no dia principal: dia 12 de Junho! Curta, compartilhe e torça! Boa sorte e Feliz Dia dos Namorados!


ATENÇÃO: Não estarão valendo os compartilhamentos deste link do blog! Os compartilhamentos deveram ser somente da página do Facebook! Obrigada!



quinta-feira, 16 de maio de 2013

O poder enigmático das desculpas



"(...) Olha só, para mim não dá mais. Eu gosto muito de você, mas não dá mais! Por que você é assim? Você me dói como mais ninguém com essa insegurança e essa dúvida de não saber se quer ou não. Esses afagos que você dá como quem não quer nada mexem comigo, e muito! Eu não sei o que você quer, só sei de mim. Rir de tudo, até quando estou falando sério, não é a melhor das coisas a se fazer. Eu quero estar junto, você sabe, e eu falo muito sério. E eu não quero qualquer pessoa. Se eu te falo isso, é porque é você que eu quero, entendeu? Presta bem atenção: eu estou aqui, olha. Olha como eu estou, talvez, perdendo tanto o meu tempo com alguém como você quando podem ter milhões de pessoas por aí que já estariam aqui comigo num piscar de olhos. E se você me olha, se você me escuta, e se você não quer me deixar mal, talvez você me queira também. Esse seu medo me irrita. É medo de que? Menino, se as coisas não derem certo, tudo bem, sempre tem outro dia, e outras coisas, e a amizade. Mas o que custa tentar? Se a gente imagina o outro do nosso lado, vale à pena tentar. Você não acha?

- Cara, desculpa. Só isso. Desculpa."

Des-cul-pa. Essas três silabinhas que fazem qualquer mulher cair para trás - ou de quatro? - e  abaixar a guarda mesmo com um puta argumento na ponta da língua. É raiva que cessa, e muda pra'quela raivinha mansa de nós mesmas por não sentirmos mais tanta raiva assim. A desculpa faz um carinho na cabeça mas ainda acelera o coração. Será que tem mais? Nunca tem. As desculpas nos apunhalam pelas costas e nos fazem ficar ainda mais bobas, tolas, babacas, sonhadoras... Apaixonadas.

domingo, 12 de maio de 2013

Maternidade gritando


Dia das Mães. Dia das Mães significa ficar pensando no começo do mês de maio o que dar para àquela que te gerou e te criou como todo o amor do mundo. Significa pedir cesta de café da manhã ou confeccionar o seu próprio café na mesa com um jarro de flores. Significa sacaneá-la com as frases "tem que comer tudo!", "leva casaco!", "pergunta pro seu pai" e "você não é todo mundo".
Eu acho um absurdo as pessoas que não saem de casa pelo Dia das Mães. Por que o mundo resolveu criar esse negócio de dar nome aos dias? Dia das mães é todo o dia, cacete. Não é porque hoje abençoaram o dia com esse nome que eu vou amar minha mãe mais do que ontem. Talvez se fosse feriado, quem sabe... Mas todo dia deveria ser dia de abraçar sua mãe e dizer que a ama.
Dia das Mães é fake, galera, só serve pra gastar dinheiro!

Minha mãe me dá trabalho, e é verdade. Nossa relação sempre foi muito boa, mas devido a problemas em casa, ela foi ficando cada vez mais difícil. Me tornei uma pessoa dura que nem pedra, para poder suportar a dor de ter que ver minha mãe sofrer às vezes. Até hoje eu não choro na frente dela. Não deixa de ser uma forma de fraqueza, mas ela que sempre foi meu porto seguro merece que eu seja o dela. Isso me fez ficar cada vez mais sensível por dentro ao passar dos anos. Carência é meu sobrenome, e ter que admitir isso é horrível. Sou filha mas também sou mãe, também abraço quando chora e também chamo pra dormir. Às vezes eu durmo na cama dela porque tive pesadelo. Ela dorme na minha cama aos domingos para ficar agarrada comigo. Nossa fase difícil também fez o amor ficar mais forte, não somos nada sem a outra. Eu não consigo viver sem ela. E ela ficaria muito desamparada sem mim. A gente se completa que nem feijão com arroz. 

Minha mãe e meu pai me criaram com a realidade na ponta da língua. Sempre falaram sobre drogas, sexo e violência comigo. E foi fácil me criar, nunca fui revoltada e quis fugir de casa. Acho que a criação desde a infância é extremamente importante para saber como seremos no futuro. Nunca fumei, me droguei e cometi ato de violência. O sexo eu fiz, admito. Mas com todo o consentimento dos dois, o apoio e a devida educação direcionada. Meu pai dizia "você já é grande, já sabe tudo, não podemos te ensinar mais nada, agora é por sua conta". E assim foi. Hoje caminho com as minhas próprias pernas e ajudo aos outros a caminharem também. Mas eu não caminharia por mim mesma atualmente se não fosse aquela ajudinha com as mãos quando eu era bebê.

Me deparei com um comercial lindo de Dia das Mães, o da Renner. Assisti em casa e depois passei para minha chefe e minhas outras amigas no estágio. Assistimos 5 vezes seguidas, e eu chorei 5 vezes seguidas. Minha querida chefe Letícia disse: "Se você tá assim, é a maternidade gritando dentro de você! Vai se preparando, arrumando um bom rapaz para pensar no futuro." Isso me assustou. Eu com duas décadas de vida, SÓ, estaria querendo ser mãe? Não é possível! Ser mãe me faz pensar em uma série de questões que me apavoram, como noites, marido, comida, escola, atenção, cuidado. Mas vejo o filho de outras pessoas e penso que acho que seria uma ótima mãe, assim como a minha foi para mim no começo da minha vida.

Se eu fosse mãe, choraria ao ver arte feita de macarrão, argila pintada e massinha. Ia tomar banho junto. Ia deixar ele/ela escolher a roupinha. Ia adorar ir ao colégio ver a homenagem de Dia das Mães.
Ah, se eu fosse mãe... Mas tomara que ainda demore muito.
Vou calar a boca da maternidade-que-grita com uma chupeta! Cada coisa na sua hora!

Ser mãe deve dar um puta trabalho, assim como a minha mãe dá.
Mas deve ser igualmente uma relação de dor e delícia. Só quem é mãe, sabe.
Hoje nossas rainhas merecem toda a delícia.

Feliz Dia das Mães do Isso Não se Fala,
um beijo,
Marina

Feliz Dia das Mães para a minha futura sogra, sejá lá quem for. hahahaha!


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Mais um dia


(pipipipi pipipi) AAAAH mas já?! Despertador de merda. O QUÊ?! Meu Deus, são 6:02. Vou chegar atrasada com certeza! Ah mas esse professor faz chamada 7:15, menos pior. Vamos fazer isso rápido.
Que roupa eu vou vestir? Odeio ficar parada em frente ao espelho. Tô gorda. Vou me atrasar. Vai a calça jeans mesmo e... essa... não, essa... talvez ess... não. Essa! Faltando tu, vai tu mermo. Eu fico bem de cinza, eu acho. Já botei cinza ontem. Droga, agora deixa. E o sapato? Ah, vai o All Star que já tá ali. 
- MÃÃÃE, FAZ UM SANDUÍCHE PRA MIIIIIIIIM?
Ela vai querer que eu tome café com leite, mas não vai dar tempo. Da próxima vez eu juro que vou acordar pelo menos 10 minutos antes. Eu juro!
Ai que frio que tá essa rua, pra quê isso essa hora?! Na PUC vai estar mil vezes pior. Vou ficar lá dentro, esse vento gelado vai piorar minha tosse, e se piorar eu não vou poder malhar amanhã. Tomara que eu não chegue muito cansada e queira faltar a academia. Não posso. 10 kilos. Que vontade de comer aquele bombom de brigadeiro que vende na banca e que a Fernanda me "apresentou". Se não fosse ela, hoje eu nem saberia o gosto daquele veneno e não estaria pensando nisso às 6:36 da manhã... CORRE PRA PEGAR O SINAL ABERTO! TÁ PISCANDO! Ahhh, consegui. Porra!
Droga, pouca gente no ponto significa que o ônibus acabou de passar. Vou esperar só um pouquinho, se demorar mais de 10 minutos eu pego um táxi. 

TÁ VINDO! EIKE SORTE!
Onde vou sentar? Vou sentar ali do lado daquela velhinha porque com certeza ela vai saltar antes, e eu vou poder sentar na janela. É. Odeio encontrar gente conhecida no ônibus. Por que o senhor prefeito não bota mais 435 e 432 na rua? É por isso que o ônibus vai lotado e eu consigo sentar só lá por Ipanema às vezes.
Nossa, que menino lindo. Obrigada prefeito por botar poucos 435 e 432 na rua. Ele não olhou pra mim, acho que vou mandar um Spotted pra ele. Não! Que mané Spotted, isso só dá problema e não leva a lugar nenhum. Tem cara que faz Direito. Ele podia fazer direito comigo também, não ia reclamar (rindo por dentro). Hoje vai fazer sol, espero que fique assim até o fim de semana, preciso pegar uma corzinha. Sempre penso isso, mas raramente tenho ido à praia. Preciso de mais amigos pra irem à praia comigo, só a Alexia não tá dando. Ela é muito enrolada. Preciso chamar outra pessoa. 

Saudade do Daniel, vou ficar sendo bem difícil pra ele lutar por mim. Não posso perder a linha. Por que eu não consigo me desligar dele? Preciso arrumar outra pessoa.
Não posso esquecer de pagar a conta que peguei ontem à noite no escaninho, vence hoje. E de pegar as xérox de Cultura Brasileira. Vou estudar muito pra essa prova, deve ser moleza. Essa eu tiro 10. Não vou pensar nisso porque se tirar 3 vou ficar abalada. Queria tanto ganhar mais dinheiro.
Vou sair do estágio no meio do ano e arrumar outra coisa pro ano que vem. Se eu ganhar mil já vou ficar muito feliz. Mil não, mil é salário de gente empregada. Estagiário ganha pouco, Marina, se liga. Mas queria tanto comprar umas coisinhas, dar presentes pra minha mãe e viajar com ela. Nova York, Califórnia... Não. Bariloche! É o sonho dela. Cara, eu preciso levar ela pra Bariloche um dia. 

Que dor no peito, vou ficar menstruada. Deve ser por isso essa TPM toda esses dias. 
7:10 já. AI cacete de agulha! Vai logo, ônibus. Chegando, chegando, vai dar essa viradinha... Odeio gente que já levanta do ônibus pra descer quando ele nem estacionou ainda. Ai, parece fogo no rabo. Me espera, elevador! O espelho do elevador me deixa gorda. Ai, eu que sou gorda, não o espelho. Anda, anda. Sentei, ufa. Bota o celular no silencioso, logo. Ele não fez chamada ainda. Respira. 
É só mais um dia. Amanhã eu acordo 10 minutos antes, eu juro. Mesmo sabendo que não vou conseguir cumprir.

domingo, 5 de maio de 2013

Depois dos 12



Desde os primórdios da minha vida, nunca fui uma pessoa de sair. Se dependesse da genética de pai e mãe, eu seria um bicho-preguiça pelo resto da minha vida e viveria nessa caverna escura que eu chamo carinhosamente de quarto (hoje eu chamo carinhosamente de "chiqueiro").

Sempre vesti roupas largadas (para alguns, de menino) e sempre odiei passar maquiagem.
Abre parênteses - Cara, a SOCIEDADE é uma merda, né não?! Se não existisse esse estereótipo que mulher tem que ser magra, linda, usar salto e saber cozinhar, até hoje eu seria do jeito largada - Fecha parênteses. Gente, fui criada por um pai que ficava mais na praia do que em casa, me levava pra pegar onda em Cabo Frio e, na falta de shampoo, me ensinou a lavar a cabeça com sabonete... Vocês esperavam o quê?! shortinho de piriguete e gloss sabor morango?! Escova e cheirinho Victoria's Secret veio muito tempo depois. Nessa época era "vai de chinelo mesmo e tá bom!". Resultado: virei uma menina que usava tênis Reef verde-musgo, fui faixa azul de jiu-jitsu, mas não sabia passar rímel. Minhas amigas falavam pra eu ser mais... Arrumadinha. Ok, vai, eu vou botar uma rasteirinha.
RASTEIRINHA?! CADÊ O SALTÃO?!
Não, cara, não enche o saco. Salto dói.

Depois da menstruação, veio a vontade (mas não tão forte) de virar mulherzinha. Larguei meu sunkini magenta (só eu que usei?) e comecei a usar biquininho de moça. Que vergonha, minha bunda era toda branca. Comecei a ter que raspar tudo pra usar esse maldito biquíni e aí eu percebi, meus amigos, que dava um puta trabalho ser vaidosa. Mas era a ordem natural das coisas. Minha mãe entendia e e me ajudava nessa mudança de fase. Minhas amigas queriam sair pra beber.

O dia que eu percebi que tinha que largar esse jeito de moleque-filho-de-vagabundo foi quando fui num aniversário da minha melhor amiga, na época. Fui pra casa dela ajudá-la a se arrumar (é até engraçado pensar se eu podia ajudar alguém a se vestir). Ela estava fazendo lá pra 15 anos e botou um vestido, ficou linda. E eu... de bermuda e chinelo. Parecia que tinha voltado do skate com os mano. Ela perguntou se eu ia "assim", e eu envergonhadamente, respondi que sim, não tinha como voltar pra casa. Cheguei chorando na casa dos meus avós, contando o ocorrido. Fui amorosamente acolhida pelos meus velhinhos e aconselhada a seguir com o meu estilo, sendo eu mesma.

...Não rolou. Fiz 16 e comecei a namorar. Namorado pra lá, namorado pra cá. Aumentou a vontade de virar mais mocinha. Não sabia cozinhar, meu namorado que cozinhava para mim. Ouch! Menos ponto.Não deu tempo de ficar madura o suficiente. Fui trocada por uma italiana do olho verde que devia fazer uma comida que era massa. E era bem comida (perco o namorado, mas não a piada).

Aos 18 anos tive o primeiro porre. Ae! E já arriscava o saltinho e o vestidinho curto. A maquiagem ficava por conta das amigas. Pois é, fui vencida pela maioria. Hoje, o blush toma conta de parte do meu rosto, mas tenho saudade da cara limpa e do corpo de sal da praia do Forte, em Cabo Frio. Nada como o tempo.

Odeio boate, gente que bebe até cair, mulher que se esconde atrás dessa máscara grossa que é a maquiagem. E essas obrigações que a gente tem depois dos 12. Só porque desceu um sanguinho não quer dizer que tô preparada. Será que estou?
Vou botar meu chinelo e me recolher na minha caverna.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Estereótipo: Barbie

foto: Luciana Nocchi


Minha amiga foi comprar uma boneca tipo Barbie para fazer um trabalho, e é com isso que ela se deparou na prateleira. Podia ser facilmente um jogo dos sete erros se não servisse para outras crianças brincarem.
Eu estava voltando da faculdade com ela ontem - Uma hora para chegar até Copacabana, naquele trânsito caótico - e, sem ideias para escrever, ela me mostrou essa caixa da boneca Gaby (à direita), e me contou a história.
Quando eu era pequena, a Barbie era referência de beleza, status, saúde, popularidade. As bonecas tipo Barbie também pretendem passar essa imagem... Mas que imagem é essa?! Para mim, as duas pernas são hashis de comida japonesa que prenderam no corpo dela, na falta de material. E essa cor de pele? É Ictería ou Hepatite B? Alguém leva a Gaby pro médico!
O pior é que na capa, as frases "ser linda todos os dias" e "super fashion" fazem contraste com a boneca em si. Além da Gaby estar anoréxica e com essa cor de pele papelão-de-mendigo, as crianças querem ser a Gaby, porque elas aprendem que isso é bonito, vai te trazer dinheiro e vai te fazer casar com um príncipe. Eu já acho um absurdo fazerem as meninas terem essa referência da Barbie original, que custa, em média R$50,00, imagina da Gaby que custa R$10,00? Coitadas das meninas, principalmente as mais pobres: não podem ter Barbie, e tem Gaby, que é a versão precária. Alguma coisa tá errada, aliás, muita coisa está errada.
              
Essa Barbie não é linda? Fui salvar e estava como "Barbie gorda". E a outra é o que? Barbie magra? Ainda existe muita discussão do que realmente é bonito. Mas gente, por favor, não comprem Gaby. Gaby, coitada, foi negligenciada pelos pais na infância. Gaby não teve atendimento médico. Gaby carece de vitamina B. Gaby não é saudável. E Gaby passa a imagem errada para as crianças. Assim como modelos esqueléticas. Sou a favor de mais Barbies "cheinhas" e, consequentemente, de Gaby's mais saudáveis. E não é a sua filha que tem que cuidar, são as fábricas, a mídia. A mídia que faz essa lavagem cerebral. Ai, que vontade de comer um chocolate agora só para fazer jus ao que eu digo. E nessa brincadeira, a gente que já é tratado como adulto também tem que seguir as tendência. Minha tendência não é entrar numa calça 34, gente. Jamais. Não sou Barbie, nem Gaby. Sou uma boneca Pizza-Hut: com bordinha de catupiry.
Viva as realistas!





quinta-feira, 25 de abril de 2013

"Geração coca-cola" via aplicativo



Tive que fazer um trabalho para hoje sobre Web. 2.0. Textinho tranquilo, duas páginas. Como meu professor queria o texto em formato de blog, pensei: por que não postar?
Amigo, se você não sabe o que é Web 2.0., não tem problema. Não que você vá saber agora exatamente. Em certa parte do texto, você vai ler algo como Mundo do Rafinha e Entrevista com Andrew Keen , mas era apenas para relacionar. Nos links você encontra os respectivos vídeos!

Citando a música Geração Coca-Cola, do Legião Urbana, quis fazer uma pequena brincadeirinha com aqueles aplicativos de bebida que tem para iPhone, mas também com o fato de que, nos anos 80, a galera valorizava muito o que vinha dazamérica lá em cima. Ainda é um pouco assim, diga-se de passagem (meu blog também é cultura?). Viajei um pouco para criar, mas o resultado foi satisfatório (do título, pelo menos). Vamos ao que interessa:

Web 2.0. O nome tem tudo a ver: foi feito para essa galera dos vinte, vinte e poucos anos. Ou talvez para a geração dos anos 2000.Quando eu era mais nova, ajudava o meu avô a escrever seu livro no computador. Ele não sabia botar acento, eu ia lá e ensinava. Ele esquecia um dia depois. Mesmo entendendo tudo de Word e internet, ainda me fascinava a máquina de escrever que ele tinha, e ele sacava tudo de máquina de escrever. Era tão simples e fazia um barulhinho tão gostoso ao apertar a tecla. Os dois se foram: meu avô e a máquina. Só sobraram as lembranças e, em algum lugar, os rascunhos amassados.

Em um mundo de iPods, iPads, iPhones, smartphones, laptops, iMACs, fones de ouvido, iReaders, mini-tablets, projetores, redes sociais, webcam... (UFA!) não tem mais espaço para a máquina de escrever, nem para a carta. Virou coisa do passado, ninguém nem cita mais. É uma falta de respeito com os vovôs da tecnologia. Apesar disso, eu não vivo sem ela, e hoje em dia – apesar de ter dito que era para a “galera dos vinte e poucos anos” - ninguém mais vive: meu pai, minha mãe (que não sabe mexer direito ainda, mas já tem até Facebook), meu outro avô e minha tia-avó.

O grande problema dessa geração 2.0 é que as pessoas valorizam mais o que (ou quem) está longe do que o que está perto. Vejo pessoas em restaurantes com suas famílias... Mas só em presença, porque em espírito está cada um no seu “mundinho”, com seu aparelho de escutar música ou navegando na internet. Conversas são só por chats. Aí acaba que todo mundo fica muito chats mesmo. Ansiedade para marcar um encontro... Pela webcam.

O Mundo não era só do Rafinha, é o nosso mundo. Nós vivemos essa realidade, mesmo que não tivéssemos crescido com ela. O Rafinha foi só mais uma vítima da rede. Andrew Keen também retrata isso em seu livro “Vertigem Digital”, onde todos nós estamos conectados, atualizando de minuto em minuto nossas redes sociais.

De qualquer forma, somos seres humanos, feitos de relações de afeto e sentimentos. Como disse Andrew, “Todos nós estamos na era da mídia social, em tempo real, ou supostamente mais rápido do que em tempo real. Estamos todos sofrendo essa vertigem, essa vertigem social na nossa era da mídia digital”, ou seja, como somos feitos dessas relações, e através das mídias elas podem ser estabelecidas de forma muito mais rápida, hoje em dia é normal que as pessoas se conheçam pela internet, fiquem amigos ou até namorem. Primeiro virtualmente e depois pessoalmente.

Através do Orkut, fiz amigos de várias partes do Brasil por meio de uma comunidade. Há cinco anos nos conhecemos e nos visitamos anualmente. Esse ano, todos irão se encontrar no Rock in Rio para assistir ao show do John Mayer, ídolo em comum que juntou a garotada. Era o que precisávamos. E só a internet possibilitou essa conexão.

iPods, iPads, iPhones, distâncias maiores que diminuem, músicas baixadas em segundos para um Smartphone que você leva a qualquer lugar, webcam com duas ou mais pessoas... Não importa: a melhor rede social, para mim, continua sendo o bom e velho barzinho com amigos. De preferência sem sinal wi-fi e bebendo cerveja – ou até mesmo coca-cola – de verdade. 


E aí, que nota essa guerreira merece?

domingo, 21 de abril de 2013

Mari(n)a Conselheira




Quando eu tinha 17 anos, terminei um namoro. O primeiro da minha vida. Durou um longo e lindo ano e sete meses. Não só chorei como entrei em depressão. Ele era o amor da minha vida, cara, como poderia? Sofri muito, achei que fosse morrer.

pausa
OU, OU... REBOBINA. QUE ISSO, MARINA?! TEXTINHO DE AMOR DE NOVO?!

(música de fundo de perseverança) Depois de 6 meses, me reergui. Tracei todos que vi na minha frente, me libertei dos pensamentos e dos medos que eu tinha. Me senti linda e gostosa. Aprendi a lição! Sofrer desse jeito, nunca mais! Minha melhor amiga lutou muito por mim, e conseguiu.

Infelizmente, isso acontece muito: não só comigo, não só com mulheres, não só da minha idade. Isso acontece com mulheres formadas, lindas e inteligentes, depiladas, independentes e com mais de trinta. O que eu aprendi é que nada disso vale a pena. Você vale muito mais à pena, sua vida vale, sua felicidade vale. Minha amiga estava certa, mesmo com aquelas frases clichês que eu odeio dizer mas agora entendo.
Se eu pudesse dar um conselho para todas essas pessoas que ficam tristes por amores que acabaram ou deram um tempo, seria essa: não.

Chora, sim, chora muito. Mas quando acabarem as lágrimas, meu querido, FO-DEU – com o perdão da palavra - ! Tem tanta gente no mundo, porra, vai ficar atrás desse mané mesmo? Ou vai ficar atrás dessa menina metida? Não! Você tem mais com o que se preocupar. E as contas? E a saúde? Já ligou pra sua mãe hoje? Ela sim te ama de verdade. Levanta essa cabeça que o recalque bate e volta nas suas luzes platinadas, fofa. Existem beijos, carinhos e palavras melhores (Inspirem-se: http://bit.ly/JqV1kL. Eu adoro esse comercial!)

Sofrer é ruim, mas faz parte. Tem gente que nunca aprende.
Eu ainda penso nele, na gente. Não esqueço. Chorei, sofri. Ele voltou a falar comigo mas depois traiu minha confiança de novo. Eu ainda o amo, mas agora eu sei que tem lindas notas de cem reais me esperando no banco mês que vem. Mesmo que poucas, elas não me traem.
Quando começa a distrair a cabeça... Opa, já foi! Já era.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Dieta



- Vamos lá, Marina... aquela perguntinha primordial: O que você gosta de comer?
- SORVETE CHOCOLATE LASANHA BATATA FRITA EMPADÃO DE FRANGO CAMARÃO COM CATUPIRY CACHORRO QUENTE COXINHA Nossa... muita coisa! Mas o que eu amo meeeesmo é couve-flor.

Essa semana comecei uma nova dieta. Não é uma dieta comum dessas que a gente diz que vai começar toda segunda-feira, que precisa passar fome e beber 1L de água por dia. Nem da sopa, nem da lua, nem da proteína. Nem vigilantes do peso. Nem revista de saúde e fitness com "Emagreça 10 kg em uma semana!" com uma mulher com a barriga saradinha de dar inveja, na capa.
Eu fui em uma nutricionista, e nutricionista é legal porque você pode dizer tudo que você gosta mesmo de comer, que ela faz uma dieta adaptada pra você. Sensacional, né? Não. Quem gosta de fazer dieta?! É sempre um esforço, mesmo que nem tanto.
Vejo gente que emagreceu 10, 20, 50 kg com muita força de vontade e fico tão animada que vou na geladeira comer um docinho (Brincadeirinha!)

Apesar de tudo, estou animada. Como disse, ela adapta a sua alimentação. O hamburguer que você gosta de comer com ketchup, ela troca por um... Hamburguer. De soja.
Mas eu continuo podendo comer um chocolatinho e até tomar sorverte de frutas (Olha que must!).
Fazer dieta é chato, eu gosto é de comer! Mas os benefícios que a dieta - junto com exercício - trazem, vêm a longo prazo, ou seja, tá com vontade de se acabar numa banana split com sorvete triplo e calda de chocolate com castanha? Vai correr na praia que a sensação de prazer demora pra ir embora, diferente da banana-mundo-de-calorias. Bem justo, né? No final, acaba sendo. É a tal da saúde, essa senhora que nos assombra desde que o mundo é mundo.

Falando em mundo, Deus brincou de fazer o mundo em seis dias e no sétimo descansar porque deu um puta trabalho. O QUE CUSTAVA, senhor Deus, fazer os alimentos mais gostosos emagrecerem? Logo tu, que fizeste a mulher, um ser complexo pra cacete.

Enfim, está dada a largada para a minha perda de 10 kg. Força na barrinha de cereal - e no abdomem! No final, eu acabei me convencendo:

- Marina, vai valer a pena. Toma essa dieta - disse Alice, passando dois papeis pra mim com as unhas da mão pintadas de vermelho alaranjado - você vai voltar aqui daqui a um mês. A gente faz a teoria, você vai fazer a prática, está bem?
- Tá bom, você venceu. Batata-frita!