quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Minha segunda noite sozinha

Ando pensando demais e com o quarto cada vez mais bagunçado. Quem vive aqui sou eu e os ácaros. Ligo a TV num tolo fingimento da voz me acalentar de ter a presença de alguém. Ainda não tomei banho. Penso cada vez mais e penso sobre o que penso. Fico feliz por pensar e por absorver cada palavra dita por quem me quer bem. Por quem me quer feliz. Por quem me quer eu. Por quem me quer. 
"Não importa o que fizeram com você, e sim o que você faz com o que fizeram com você". Cada coisa no seu tempo, mais paciência, limites para as suas vontades. O que você quer? O que você sente? É isso mesmo que VOCÊ deseja? Isso vai te fazer bem AGORA? Sabedoria pra pensar antes de fazer. Cabeça bagunçada não dá espaço para novos pensamentos e novos aprendizados. Esse é o espelho de um quarto bagunçado. Eu e os ácaros. Temos que ser egoístas, sim. Ninguém sabe o que é melhor pra você além de você mesmo. Foco. Vivendo e aprendendo. Indo arrumar meu quarto agora.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Minha primeira noite sozinha

Hoje minha mãe viajou. Recusei ir pra casa do meu pai porque queria sentir a solidão, não para me entristecer, mas para saber como é estar sozinha de verdade. Abracei a causa feliz, apesar de achar que se sentir só é bem ruim. Quando o momento não é bom, tem-se a necessidade de estar na própria companhia. Pelo menos eu sou assim. Temos que aprender a nos curtir e saber que a ideia do outro é mais por querer e não por precisar. Já que é assim, resolvi, de última hora, pegar um cinema. 50 Tons de Cinza na quarta de cinzas me parecia um presságio. Saí na rua e confundi pingos de ar condicionado com chuva. Por um segundo me senti acolhida, sempre me sinto assim quando chove. Levei um casaco caso estivesse frio na sala do cinema, já que não seria o calor de um outro que me aqueceria. De fora do cinema, vi muitas pessoas entrando e saindo, e lá dentro uma fila enorme para a última sessão do dia. Parece que todos tiveram a mesma ideia que eu. Cambaleei de volta e entrei no mercado, ainda aberto. Desta vez, não me importei com as pessoas. Caminhei lentamente pelos corredores, vi iogurtes, cereais, papel higiênico… Cerveja. Duas. Merda, nesse supermercado não tem nada! Um suco de abacaxi com hortelã e pão. É tudo que sobra de um dia razoável e uma noite arrasadora. Cheguei em casa me sentindo madura o suficiente para estar sozinha e me bastar, apesar de, no fundo, rir de mim mesma por saber que ainda sou incapaz. Quem sabe um dia. Por enquanto, sou uma boêmia que escreve num blog sem sucesso bebendo uma Budweiser no gargalo.