domingo, 4 de dezembro de 2016

Perfume de mãe



Agora há pouco aconteceu uma coisa engraçada.
Estava conversando com a minha mãe sobre perfumes e comentei que estava muito afim de comprar um perfume que senti a fragrância outro dia e com a cara-de-pau que Deus me deu, quis saber qual era, ao que a moça respondeu "Ah, é o 'Angel'. Aquele da estrela, sabe?"
Não sabia, mas tinha gostado daquele cheirinho.
Sou muito apegada a cheiros.
Se eu te conheço e você usa um determinado perfume, eu vou lembrar de você sempre que senti-lo. Mesmo em outras pessoas. Mesmo em outro país. Mesmo depois de 100 anos.
Sabe como é, a gente não vive esse tempo todo. Graças a Deus.
Mas meu sentido pra cheiros é tipo memória de elefante.
Ah, você entendeu.
Então, cometei com a minha mãe que estava muito afim de comprar esse tal de Angel, ao que ela respondeu:
- Eu tenho. Já tive, usei, mas enjoei. Ganhei um outro, mas não dei, acho que está por aqui.
E levantou-se da cama, abriu a porta do armário e achou o dito cujo.
- Eu acho ele muito doce e enjoativo - disse ela, me dando - mas vê se você gosta. Tem que passar só uma gotinha porque é muito forte.
Obedecendo conselho de mãe, passei só uma gotinha no pulso e esfreguei no outro, agora já pensando em outro perfume.
- Também tenho um outro que gosto muito, mas acabou. É o GAP Blue.
Ao que ela, surpreendentemente, respondeu:
- Eu tenho.
Rimos bastante.
- Porra, mãe, como assim? Tá de sacanagem, né?
E ela achou o GAP Blue dela, e era idêntico ao meu que tinha acabado.
Depois disso, ela achou diversos outros perfumes que estavam guardados e nem sabia. Refizemos nosso jogo de cheiros sem gastar um centavo.
Moral da história: Sua mãe pode estar escondendo o jogo por não saber algo que você quer.
Moral da história 2: O Angel, além de caro, é ruim. Não recomendo. Ainda bem que não comprei. Tem coisas que ficam melhor nos outros, definitivamente.

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