terça-feira, 16 de julho de 2013

O amor não é para todos



Quando eu namorava, há mais ou menos uns 5 anos, me apaixonei perdidamente por outro. O problema é que esse outro era também de outro estado. Foi uma mistura de emoções, mas acima de tudo, muito medo. Eu tinha o meu namorado, que eu amava muito, e do outro lado um garoto que eu conversava e que eu estava apaixonadíssima. Mas como lidar? Não poderia ficar vendo o outro toda hora, nem sabia se ia chegar a conhecê-lo de fato um dia. Em primeiro lugar, tomei uma decisão importante: contar para o meu namorado. Contei. Em meio a muitos choros e por que's, ele me disse: "Eu quero que você seja feliz. Se a sua felicidade for com ele, então fica com ele, eu respeito isso." Muito tempo depois, me deparo com a real dimensão do "eu quero que você seja feliz". Essa pequena frase quer dizer que você abdica de todas as suas emoções, seus apegos, seu sentimento pela felicidade do outro, o que em pensamentos frios é dificílimo de fazer. É aí que mora o amor, e é por isso que eu digo que o amor não é para todos. Por que? Porque somos seres humanos, egoístas, invejosos, todos temos sentimentos bons e ruins, faz parte. Botar na peneira e deixar só os bons passarem em casos como esse é para poucos! Isso é amor. Mesmo que você ame com todo o seu coração, leve café da manhã para o seu namorado na cama, faça tudo por ele... É nos erros e nos desafios que o coração aperta e a decisão pesa. Nos apegamos, mas deixar o outro ir embora - da forma que seja - é um gesto puramente de amor. Dou conselhos, encaminho, ajudo todos os que realmente me importam, mas os deixo livres para tomarem suas próprias decisões. Amar também é deixar caminhar com as próprias pernas, por mais que nós - as muletas - sempre desejamos estar lá dando o nosso apoio. É tão difícil tomar essa decisão que, por um acaso do destino, o outro menino sumiu, e o meu namorado se apaixonou perdidamente por uma menina... De outro lugar. País, mais precisamente. E foi difícil me acostumar sem ele, mas hoje eu reconheço, e penso comigo "eu quero que ele seja feliz".

Um comentário:

  1. "Nos apegamos, mas deixar o outro ir embora - da forma que seja - é um gesto puramente de amor" Exato! Puramente um gesto de amor. Não deixar o outro ser feliz e não querer que o outro SEJA feliz é um ato de desamor.

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